terça-feira, 24 de setembro de 2013

sobretudo

mas ai nao sobrou nada.
nem os trechos de textos que eu sublinhava pra te mandar quem sabe um dia,
nem as musicas ou as indicacoes de livros.
nao sobraram nem as frases que vinham na minha cabeca randomicamente sempre escritas as pressas em qualquer pedaco de papel mais proximo pra depois passar pro caderno ou nao.
nao sobrou nem o caderno.
dai o cheiro do cafe comecou a me enjoar
"me da gastrite, ataca o estomago"
troquei pelo cha
como se algum dia eu tivesse me importado.
e nao sobrou nem eu me perguntando como sentimentos tao bonitos podem se transformar em desprezo, indiferenca e apatia porque
porra
faz todo o sentido.
nao sobrou absolutamente nada da nossa inconsequencia.
so sobrou eu escrevendo sobre voce outra vez em uma segunda feira aleatoria voltando do trabalho antes de ir correr no parque e preparar o jantar.
sobrou voce na minha cabeca num qualquer primeiro dia de outono como uma lembranca muito distante.
quase nunca
porque nao sobrou quase nada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário